Diário do Nidalion - 1º Dia na Resistência

6º dia de Donis do ano de 71 da Era do Fogo

Já é noite. Não esperava parar nessa situação, mas em geral o Tuh Ni sabe como as coisas escalonam rápido quando estou por perto. Ele provavelmente já esteja dormindo e com minhas coisas guardadas. Encontrei o grupo de Resistência que Trion me indicou como próxima missão, talvez o que não fosse esperado fosse o rápido afeto que um dos membros sentiu por mim.

Cheguei a essa taverna de noite, Tuh Ni e eu ficamos no balcão por alguns segundos até notar um dos membros do grupo bebendo algo próximo de nós, uma pequena drow com o olhar estranho e sem medo. Fui convidado a me reunir junto dos membros de sua equipe enquanto apreciavam os efeitos da Erva de Diamatria. Detesto qualquer coisa que envolva fumaça ou preencha meus pulmões com impureza. Nojento.

Na mesa conheci o líder do grupo, um golias chamado Ymir. Parece ter a personalidade bem pragmática, um tanto gentil, mas de poucas palavras. montanheses são bem estranhos nesse sentido. Junto dele estava Hernán, o filho de um dos lideres da "revolução" (não sei qual o líder, não fiz minha lição de casa nesse sentido). O jovem é pequeno, provavelmente mais um assecla dessa loucura que virou a politica dos terrenos. Na mesa tinha mais uma moça que não me recordo do nome, mas que tinha o olhar estranho e perdido a maior parte do tempo.


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E no meio desse grupo acabei esbarrando com o draconico que me trouxe para o quarto onde estou agora. Athelstan é seu nome, e pela ausência de sobrenome suponho que seja um draconico de ascendência baixa, o que é bem estranho. Já esbarrei com draconicos o suficiente para saber que a maioria adora adornar seus grandes nomes de famílias. Esse é diferente.

Dentre as conversas ele me deu abertura para me aproximar, e só de perto que percebi que não é um simples draconico. Já lutei com filhos de Krasny suficiente para saber a diferença de cada um deles pelo cheiro. Esse Athelstan tem cheiro de humano. Isso só me diz que ele não é um draconico puro, mas um provável mestiço. Não é todo mestiço que gosta de falar sobre sua origem, e talvez ele tenha notado isso e mim também. Não tive tempo suficiente para pensar nisso enquanto estávamos no térreo. Quando percebi já estava dentro desse quarto junto dele.

Estranho como a pele dele reluz um tom de azul mesmerizante. Me lembra a primeira vez que minha mãe me levou para a superfície e mostrou o horizonte, onde o céu toca o mar. Aquela lufada de vento salgado e meu primeiro respiro de ar. Esse draconico me tirou todo o ar. O peso e pressão do oceano quando estou submerso nem se comparam com o peso do corpo dele encima do meu. Talvez eu devesse ter me apresentado melhor, sido menos direto. E se ele entendeu a mensagem errada?

Ele está dormindo agora. Ele balbucia bastante enquanto dorme e fala coisas estranhas e sem sentido, mas ele sempre repete o mesmo nome sempre. Ficou uma questão que me tirou o sono e me fez começar a escrever. Quem é o Loras que ele fala tanto enquanto dorme?


- Nidalion, o Mestiço

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